Matriz de transportes no Brasil e a Multimodalidade
1 - Introdução:
Para entender e planejar a logística de transporte no Brasil é preciso entender o cenário nacional e a
matriz de transporte e os modais disponíveis.Também temos que considerar os
investimentos que serão feitos pela iniciativa publica e privada, com relação
ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e ao PPP (Participação Público Privado) para os próximos anos e o caminho da oferta futura dos modais
disponíveis. Pois, o pais tem um atraso histórico e necessita de investimentos
em infraestrutura logística em todos modais: rodoviário, ferroviário,
hidroviário, aeroportuário, portos.
Os próximos anos serão
cruciais para infraestrutura logística no Brasil, pois os planos de
investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e as parcerias PPP
(Parcerias Público e Privado) que estão planejados e em andamento reduzirá um
pouco este atraso histório em infraestrutura logística no Brasil.
Os investimentos externos,
investimentos de empresas multinacionais seja através de investimentos diretos
em aquisição de outras empresas, investimentos em infraestrutura logística,
máquinas, veículos e equipamentos, investimentos em portos e aeroportos,
etc. Empresas globais que atuam no
Brasil como: DHL, FEEDEX, UPS, TNT, etc.
A atividade de transporte
gera os fluxos físicos dos bens e serviços ao longo da cadeia de suprimentos e
é responsável pelos movimentos de materiais. A atividade de transporte envolve
também a movimentação de pessoas em vários modais: ferroviário, hidroviário,
aeroviário e rodoviário. Como também, o uso da multimodalidade na movimentação
tanto de pessoas quanto de materiais.
2 - Matriz de transportes no Brasil
Mas afinal, o que envolve
a gestão de transportes? As atividades de gestão de transporte envolve uma
série de ações na esfera estratégica, tática e operacional, que englobam
decisões com relação ao transporte de mercadorias e pessoas em operações de
curta, média e longa distância.
Distância e tempo são os
parâmetros que influencia as atividades de transporte, a distância corresponde
ao trajeto percorrido entre os pontos de produção e de consumo, e tempo
refere-se ao tempo necessário para percorrer a distância e disponibilizar os
produtos para o cliente / consumidor.
2.1 - O transporte Multimodal de cargas
Conforme Lei 9611, artigo
2º (Lei 19/02/1998) é: O transporte Multimodal de Cargas é aquele que, regido
por um único contrato, utiliza duas ou mais modalidades de transporte, desde a
origem até o destino, e é executado sob a responsabilidade única de um Operador
de Transporte Multimodal.
Quanto a definição de TRANSPORTE
MULTIMODAL DE CARGAS nacional e internacional, paragrafo único da lei 9611
inciso I, II, o Transporte Multimodal de Cargas é:
I - nacional, quando os pontos de
embarque e de destino estiverem situados no território nacional;
II - internacional, quando o ponto de
embarque ou de destino estiver situado fora do território nacional.
No artigo 3º da Lei 9.611,
a definição de transporte Multimodal de cargas compreende, além do transporte
em si, os serviços de: Coleta, unitização desunitização, movimentação,
armazenagem e entrega de carga ao destinatário, bem como a realização dos
serviços correlatos que forem contratados entre a origem e o destino, inclusive
os de consolidação e desconsolidação documental de cargas.
Os termos modo, modal e
modalidade de transporte possuem o mesmo significado. Consideram-se cinco os
modos básicos de transporte: rodoviário, ferroviário, dutoviário, aquaviário e
aéreo.
O conceito de Transporte
Multimodal definido pela Lei 9.611/98 está em consonância com o estabelecido no
acordo firmado entre o Brasil e os países da América Latina, em 1994. Não
obstante inexistir, atualmente, uma aceitação por todos os países de uma
terminologia única, a definição deste acordo é baseada no Convênio das Nações
Unidas de 1980, realizado em Genebra, sobre o Transporte Internacional de
Mercadorias.
O conceito de Transporte
Multimodal é o definido pela Lei 9.611/98, já o termo Transporte Intermodal não
possui mais base jurídica, pois a legislação que o definiu, a Lei 6.288/75
(dispõe sobre a utilização, movimentação e transporte, inclusive intermodal, de
mercadorias em unidades de carga) foi revogada. Embora a primeira Lei revogue
esta última, o conceito de Transporte Intermodal não foi substituído pelo de
Transporte Multimodal, pois há diferenças conceituais entre os dois termos.
Com relação às leis que
disciplinam o Transporte Multimodal de Cargas no Brasil, pode ser encontrado no
endereço eletrônico http://www.antt.gov.br/legislacao/Multimodal/index.asp:
- Lei 9.611/98 – Dispõe sobre o
Transporte Multimodal de Cargas;
- Decreto 3.411/00 – Regulamenta a
Lei nº 9.611, de 19 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre o Transporte
Multimodal de Cargas, altera os Decretos nos 9l.030, de 5 de março de
1985, e 1.910, de 21 de maio de 1996, e dá outras providências.
- Decreto 5.276/04 – Altera os
arts. 2o e 3o do Decreto no 3.411, de 12 de abril de 2000, que regulamenta
o Transporte Multimodal de Cargas, instituído pela Lei no 9.611, de 19 de
fevereiro de 1998, e dá outras providências.
- Decreto 1.563/95 – Dispõe sobre a
execução do Acordo de Alcance Parcial para a Facilitação do Transporte Multimodal
de Mercadorias, entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, de 30 de
dezembro de 1994; e
- Resolução 794/04 – Dispõe sobre a
habilitação do Operador de Transporte Multimodal.
2.2 - A Matriz de transportes no Brasil
Quando falamos de
transportes, temos que considerar sobre os modais na análise da logística de
transporte no Brasil e no mundo. Quanto aos modais marítimos e aéreos
apresentam uma agilidade maior, ocupando espaço importante no transporte
internacional.
As ferrovias,
principalmente no Brasil, tem ocupado um espaço importante depois das
privatizações, mas ainda está muito distante dos principais países onde o
transporte ferroviário é um dos principais modais.
As rodovias ainda são um
dos principais problemas de infraestrutura logística no Brasil pois mais de 80%
das rodovias não são pavimentadas, principalmente as municipais. Enquanto, as
rodovias pavimentadas federais e estaduais não privatizadas estão em condições
precárias. Com relação ao PNL e o PAC, tem investimentos significativos nas
rodovias federais, por exemplo no Rio Grande do Sul a duplicação da BR116 que
faz ligação a região sul do Rio Grande do Sul e ao principal porto do RS, que é o Porto
de Rio Grande.
Abaixo matriz de
transportes de cargas no Brasil, dados de 2014 CNT:
Matriz do transporte de cargas no Brasil - 2014
|
||
Modal
|
Milhões
(TKU*)
|
Participação
(%)
|
Rodoviário
|
485.625
|
61,1
|
Ferroviário
|
164.809
|
20,7
|
Aquaviário
|
108.000
|
13,6
|
Dutoviário
|
33.300
|
4,2
|
Aéreo
|
3.169
|
0,4
|
Total
|
794.903
|
100,0
|
Tabela 1: Adaptado de CNT (2014)
* Tonelada-Quilômetro Útil
Entre 1997 e 2005 os
principais modais no Brasil, em % estavam assim distribuídos:
MODAL
|
Participação % em 1997 (ANTT)
|
Participação % em 2005 (ANTT)
|
Participação em %
em 2025 ( MT)
|
Rodoviário
|
63,1%
|
58%
|
30%
|
Ferroviário
|
21%
|
25%
|
35%
|
Hidroviário
|
11,7%
|
13%
|
29%
|
Dutoviário
|
3,9%
|
4%
|
5%
|
Aeroviário
|
0,3%
|
1%
|
|
TOTAL
|
100%
|
100%
|
100%
|
TABELA 2 – Elaborado pelo
autor dados Ministério dos transportes 2014
O modal rodoviário em 1997
representava 63,1%, em segundo lugar era o ferroviário com 21%, já em 2005
ocorreu diminuição para 58% rodoviário e aumento para 25% no ferroviário.
Pode-se constatar que os
principais modais, conforme previsão do Ministério dos Transportes, até 2025
será o ferroviário (35%), rodoviário (30%) e hidroviário (29%). Sendo que, o
que vai diminuir significativamente é o rodoviário, que em 1997 a participação
era de 63,1%, já em 2025 será de 30%. E o que mais vai crescer será o
hidroviário que em 1997 era de 11,7%, já em 2025 será de 29%.
Os dados do Ministério dos
Transportes por modais, conforme histórico desde 1996-2005, a tendência para
2025 a distribuição em % por modal será a seguinte:
MATRIZ DE
TRANSPORTES BRASIL
|
|||
MODAL
|
1996
|
2005
|
2025
|
Aéreo
|
0,33
|
0,4
|
1,0
|
Hidroviário
|
11,47
|
13,0
|
29,0
|
Dutoviário
|
3,78
|
3,6
|
5,0
|
Ferroviário
|
20,74
|
25,0
|
35,0
|
Rodoviário
|
63,68
|
58,0
|
30,0
|
Total
|
100,00
|
100,00
|
100,00
|
Tabela 3, fonte: Ministério dos Transportes / Secretária de
Política Nacional de transportes
Com relação ao OTM - Operadores
de Transporte Multimodal, conforme ANTT (Consulta 12/2014), temos no Brasil
cadastrados: 476 empresas brasileiras e 04 empresas estrangeiras, conforme
dados atualizado pela ANTT, em 31/10/2014:
Empresas
Brasileiras (1)
|
Empresas
Estrangeiras(2)
|
Total
|
476
|
4
|
480
|
Tabela 4, fonte: ANTT, consulta 12/2014
Obs.: Incluem as
habilitações amparadas pelo Acordo sobre Facilitação do Transporte Multimodal
entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai (Decreto nº 1.563/95). Origem ou
destino da operação de transporte no Brasil.
Com relação a malha
rodoviária do Brasil comparada com outros países, é deficitária e pouco
pavimentada, comparada entre os principais países, conforme segue:
Pais
|
Malha total (Km)
|
% pavimentada
|
Movimentação anual de cargas (Milhões T*Km)
|
Brasil
|
1,5 milhão
|
14%
|
485.625
|
China
|
4,1 milhões
|
64%
|
5.137.474
|
Rússia
|
1 milhão
|
80%
|
247.936
|
Canadá
|
1,4 milhão
|
40%
|
136.393
|
Alemanha
|
643 mil
|
100%
|
468.900
|
Austrália
|
823 mil
|
43%
|
194.906
|
Tabela 5, fonte:http://exame.abril.com.br/economia/noticias/r-1-tri-e-quanto-requer-nossa-infraestrutura-de-transporte
3 - Modais de transportes
3.1 Modal Rodoviário
O transporte rodoviário é
utilizado para o transporte de mercadorias e pessoas por veículos automotores
(ônibus, caminhões, veículos de passeio, etc.). Como possui, na maioria dos
casos, preço de frete superior ao hidroviário e ao ferroviário, é adequado para
mercadorias de alto valor ou perecíveis, produtos acabados ou semiacabados.
De acordo com o
Departamento Nacional de Transportes Terrestres (DNIT), vinculado ao Ministério
dos Transportes, existem 119.936 quilômetros de rodovias federais no país.
Características do transporte rodoviário de carga no Brasil:
- Possui a maior representatividade
entre os modais existentes;
- Adequado para curtas e médias
distâncias;
- Baixo custo inicial de
implantação;
- Alto custo de manutenção;
- Muito poluente com forte impacto
ambiental;
- Maior flexibilidade com grande
extensão da malha;
- Transporte com velocidade
moderada;
- Os custos se tornam altos para
grandes distâncias;
- Baixa capacidade de carga com
limitação de volume e peso;
- Integra todos os estados
brasileiros.
Com relação à malha
rodoviária brasileira, composto de 1,7 milhão de quilômetros de estradas, sendo
somente 12,9% de estradas pavimentadas, seguem dados DNIT:
MALHA RODOVIÁRIA
|
PARTICIPAÇÃO / DADOS
|
Brasil
|
1,7 milhão de quilômetros de estradas
|
Estradas pavimentadas
|
12,9% (221.820 quilômetros)
|
Estradas não pavimentadas
|
79,5% (1.363,740 quilômetros)
|
Estradas planejadas
|
7,5% (128.904 quilômetros)
|
Rodovias estaduais
|
14,8% (255.040 quilômetros)
|
Rodovias municipais
|
78,11% (1.339,26 quilômetros)
|
Rodovias federais
|
7% (119.936 quilômetros)
|
Rodovias pavimentadas em obras
|
13.830 quilômetros
|
Rodovias duplicadas
|
9.522 quilômetros
|
Rodovias simples
|
192.569 quilômetros
|
Tabela 6 fonte: Adaptado DNIT.
(Atualizado em Setembro/2014 - Sistema Viário Nacional)
Com relação às
vantagens e desvantagens do transporte Rodoviário:
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE
CARGAS
|
||||||||||||||||||
|
Tabela 7, fonte:http://logisticaparatodos-com-b.webnode.com.br/
Os EUA ainda possuem a maior rede rodoviária do mundo, seguida pela India e depois China, segue tabela com 10 maiores rede rodoviária do mundo:
Ranking
|
País
|
Total km de rodovias
|
1
|
Estados Unidos
|
6.506.204 quilômetros de rodovias
|
2
|
Índia
|
4,689,842 quilômetros de rodovias
|
3
|
China
|
4.106.387 quilômetros de rodovias
|
4
|
Brasil
|
1.580.964 quilômetros de rodovias
|
5
|
Rússia
|
1.283.387 quilômetros de rodovias
|
6
|
Japão
|
1.210.251 quilômetros de rodovias
|
7
|
Canadá
|
1.042.300 quilômetros de rodovias
|
8
|
França
|
1.028.446 quilômetros de rodovias
|
9
|
Austrália
|
823.217 quilômetros de rodovias
|
10
|
Espanha
|
683,175 quilômetros de rodovias
|
Tabela 8, fonte:http://exame.abril.com.br/mundo/album-de-fotos/as-20-maiores-malhas-rodoviarias-do-mundo#20
|
3.2 Modal ferroviário
O Transporte ferroviário é
o realizado sobre linhas férreas para transportar pessoas e mercadorias. As
mercadorias transportadas neste modal são de baixo valor agregado e em grandes
quantidades como: minério, produtos agrícolas, fertilizantes, carvão, derivados
de petróleo, etc.
As primeiras ferrovias
construídas no Brasil foram estimuladas por capitais privados, nacional ou de
países estrangeiros, que tinham o desejo de se obter uma infraestrutura de
transporte ferroviário capaz de levar a produção agrícola dos interiores aos
principais centros urbanos e portos brasileiros.
Assim, começou a se
desenvolver o transporte ferroviário no Brasil, passando a integrar alguns dos
estados brasileiros, buscando uma forma eficiente de transportar pessoas e
cargas de maneira mais rápida, segura e em grandes quantidades.
O desenvolvimento
ferroviário brasileiro sempre esteve intimamente ligado a políticas de governo,
que, por seu turno, variaram grandemente ao longo da história. Nesse sentido, e
visando sistematizar essa relação, procurou-se dividir a evolução do sistema
ferroviário segundo fases cronológicas, correlacionadas a fases da nossa
história imperial e republicana. Segundo estudos do eng. José Eduardo Castello
Branco, a evolução ferroviária no país observa o seguinte faseamento:
- Fase
I (1835 - 1873):
durante a Regência e o Segundo Reinado, sendo observado o início da
implantação de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de
transporte de forma lenta, através de empresas essencialmente privadas;
- Fase
II (1873 - 1889):
abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansão acelerada da
malha ferroviária, através de empreendedores privados, estimulados pelo
instituto da garantia de juros;
- Fase
III (1889 - 1930):
englobando a República Velha, ainda sendo observada uma expansão acelerada
da malha, porém com o estado sendo obrigado a assumir o controle de várias
empresas em dificuldades financeiras;
- Fase
IV (1930 - 1960):
compreendendo a era Vargas e o pós-guerra, com o ritmo de expansão
diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas;
- Fase
V (1960 - 1990):
situada quase que inteiramente ao longo do período em que a nação foi
governada por um regime militar, estando à malha consolidada em poucas
empresas públicas, ocorrendo erradicação de ramais antieconômicos e
implantação de projetos seletivos de caráter estratégico;
- Fase VI (1990 - ? ): período da Nova República, marcado pela privatização de todo o sistema ferroviário nacional.
Características do
transporte ferroviário de carga no Brasil, conforme ANTT:
- Grande capacidade de carga;
- Adequado para grandes distâncias;
- Elevada eficiência energética;
- Alto custo de implantação;
- Baixo custo de transporte;
- Baixo custo de manutenção;
- Possui maior segurança em relação
ao modal rodoviário visto que ocorrem poucos acidentes, furtos e roubos.
- Transporte lento devido às suas
operações de carga e descarga;
- Baixa flexibilidade com pequena
extensão da malha;
- Baixa integração entre os
estados;
- Pouco poluente.
Com relação aos principais
prestadores de serviços ferroviário nacional, por malha, conforme segue:
- América Latina Logística – Malha
Norte (ALLMN)
- América Latina Logística – Malha
Oeste (ALLMO)
- América Latina Logística – Malha
Paulista (ALLMP)
- América Latina Logística – Malha
Sul (ALLMS)
- Estrada de Ferro Carajás (EFC)
- Estrada de Ferro Paraná-Oeste
(FERROESTE)
- Estrada de Ferro Vitória Minas
(EFVM)
- Ferrovia Centro Atlântica (FCA)
- VALEC - Ferrovia Norte Sul (FNS)
- Ferrovia Tereza Cristina (FTC)
- MRS Logística (MRS)
- Transnordestina Logística (TLSA)
Com relação à malha
ferroviária nacional, a extensão da malha ferroviária brasileira é de 28,19 mil
quilômetros de ferrovias(Conforme dados do Ministério dos transportes/ANTT).
Conforme dados da ANTT, a descrição da malha ferroviária
Brasileira:
- Extensão da malha ferroviária
brasileira: 28 mil 190 quilômetros de ferrovias (considerando as
devoluções de trechos da FCA).
- Carga transportada: 140.356.356
(TU) (janeiro até abril 2014).
- Quantidade de locomotivas em
circulação: 3.340 (em 12/11/2014).
- Quantidade de vagões em circulação:
103.141 (em 12/11/2014).
- Segundo dados da ANTT, estão
previstos R$ 91 bilhões de investimentos relacionados ao PIL nas ferrovias
brasileiras nos próximos 25 anos (2014-2038).-
- Cargas típicas do modal
ferroviário e principais mercadorias transportadas (TU) até setembro de
2014: minério de ferro, soja, açúcar, carvão mineral, grãos, milho, farelo
de soja, óleo diesel, celulose, produtos siderúrgicos, ferro gusa.
- O sistema ferroviário nacional é o maior da América Latina em termos de carga transportada atingido 166,2 bilhões de tku (tonelada quilômetro útil) em 2001.
As principais vantagens e desvantagens, são:
TRANSPORTE
FERROVIÁRIO
|
|
Vantagens
|
Desvantagens
|
Alta eficiência energética.
|
Tráfego
limitado aos trilhos.
|
Grandes quantidades transportadas.
|
Sistemas
de bitolas inconsistentes.
|
Inexistência de pedágios.
|
Malha
ferroviária insuficiente.
|
Baixíssimo nível de acidentes.
|
Malha
ferroviária sucateada
|
Melhores condições de segurança da carga.
|
Necessita
de entrepostos especializados.
|
Menor poluição do meio ambiente.
|
Nem
sempre chega ao destino final, dependendo de outros modais.
|
Pouca
flexibilidade de equipamentos.
|
Tabela 9, fonte: http://logisticaparatodos-com-b.webnode.com.br/
O uso de ferrovias no
Brasil, para transporte de cargas e pessoas ainda é baixo comparado com outros
países como China, EUA e países da Europa, onde os principais meios são o
ferroviário e hidroviário, enquanto no Brasil ainda predomina o rodoviário.
Mas com investimentos
público e privado em infraestrutura ferroviário, até 2025 a matriz de
transportes no Brasil irá mudar significativamente onde o transporte
ferroviário será o principal.
Conforme dados do
Ministério dos transportes, o modal de transportes em 2025, em participação em
% será:
MODAL
|
Participação em 2025 (%)
|
% Acumulado
|
Ferroviário
|
35%
|
35%
|
Rodoviário
|
30%
|
65%
|
Hidroviário
|
29%
|
94%
|
Dutoviário
|
5%
|
99%
|
Aeroviário
|
1%
|
100%
|
TOTAL
|
100%
|
100%
|
Tabela 10, fonte adaptado Ministério dos Transportes
3.3 - Modal Aquaviário
O modal aquaviário
compreende: os rios, lagos ou lagoas navegáveis.
Hidrovia, aquavia, via
navegável, caminho marítimo ou caminho fluvial são designações sinonímicas.
Hidrovia interior ou via
navegável interior são denominações comum para os rios, lagos ou lagoas
navegáveis.
O Transporte hidroviário é
o tipo de transporte aquaviário realizado nas hidrovias para transporte de
pessoas e mercadorias. As hidrovias de interior podem ser rios, lagos e lagoas
navegáveis que receberam algum tipo de melhoria/sinalização/balizamento para
que um determinado tipo de embarcação possa trafegar com segurança por esta
via.
As hidrovias são de grande
importância para este tipo de modal, visto que, através dela consegue-se
transportar grandes quantidades de mercadoria a grandes distâncias. Nelas são
transportados produtos como: minérios, cascalhos, areia, carvão, ferro, grãos e
outros produtos não perecíveis.
Com relação as hidrovias no Brasil, conforme fonte ANTAQ:
- O Brasil possui uma rede
hidroviária economicamente navegada de aproximadamente 22.037 km.
- Segundo o PNLT (2012), a
participação do modal aquaviário, considerando hidrovias e cabotagem, é de
13% do total, sendo que as hidrovias respondem por 5%.
- Segundo o levantamento das vias
economicamente navegadas, realizado pela ANTAQ (2014), as principais
hidrovias do país são: Amazônica (17.651 quilômetros), Tocantins-Araguaia
(1.360 quilômetros), Paraná-Tietê (1.359 quilômetros), Paraguai (591
quilômetros), São Francisco (576 quilômetros), Sul (500 quilômetros).
- 52% do potencial navegável do
país é utilizado para o transporte de cargas ou passageiros, considerando
o total previsto no PVN de 1973 e atualizações.
- 80 % das hidrovias estão na
região amazônica, especificamente no complexo Solimões-Amazonas.
- De acordo com balanço da Antaq, o
Brasil movimentou via navegação nos rios internos, 38 milhões de toneladas
no primeiro semestre de 2014.
As principais características do transporte hidroviário de carga
no Brasil:
- Grande capacidade de carga;
- Baixo custo de transporte;
- Baixo custo de manutenção;
- Baixa flexibilidade;
- Transporte lento;
- Influenciado pelas condições
climáticas.
- Baixo custo de implantação quando
se analisa uma via de leito natural, mas pode ser elevado se existir
necessidade de construção de infraestruturas especiais como: eclusas,
barragens, canais, etc.
Conforme dados, da Secretária dos Portos:
- O Brasil possui 8,5 mil
quilômetros de costa navegáveis.
- O complexo portuário brasileiro
movimentou 931 milhões de toneladas de carga bruta em 2013, um crescimento
de 2,9% em relação a 2012.
- Exportações: o setor portuário é
responsável por mais de 90% das exportações do país. Dessa movimentação,
338 milhões de toneladas (36%) foram realizadas pelos Portos Organizados e
593 milhões (64%) pelos Terminais de Uso Privado (TUPs).
- Dos 34 portos públicos, 16 são
delegados a estados ou municípios e 18 marítimos são administrados
diretamente pelas Companhias Docas, sociedades de economia mista, que têm
como acionista majoritário o Governo Federal e, portanto, estão
diretamente vinculadas à Secretaria de Portos.
- São sete companhias responsáveis
pelos portos: Companhia Docas do Pará (CDP), Companhia Docas do Ceará
(CDC), Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba), Companhia Docas do Espírito
Santo (Codesa), Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) e Companhia Docas
do Estado de São Paulo (Codesp).
Os principais portos do Brasil são:
PRINCIPAIS PORTOS – BRASIL
|
|||
Angra dos Reis - RJ
|
Imbituba - SC
|
Porto Alegre - RS
|
São Francisco do Sul -
SC
|
Antonina - PR
|
Itaguaí RJ
|
Porto Velho - RO
|
São Sebastião - SP
|
Aratu - BA
|
Itajaí - SC
|
Recife - PE
|
Suape - PE
|
Areia Branca - RN
|
Itaquí MA
|
Rio de Janeiro - RJ
|
Vila do Conde - PA
|
Belém - PA
|
Maceió - AL
|
Rio Grande - RS
|
Vitória - ES
|
Cabedelo - PB
|
Manaus - AM
|
Salvador - BA
|
|
Estrela - RS
|
Natal - RN
|
Santana - AP
|
|
Forno - RJ
|
Niterói - RJ
|
Santarém - PA
|
Tabela 11, fonte: Adaptado ANTAQ http://www.antaq.gov.br/Portal/Portos_PrincipaisPortos.asp
Com relação as principais
vantagens e desvantagens do uso do transporte, segue tabela:
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
|
|
Vantagens
|
Desvantagens
|
Transporte de grandes distâncias
|
Depende
de vias apropriadas.
|
Transporte de grandes volumes
|
É
de gerenciamento complexo, exigindo muitos documentos.
|
Mercadoria de baixo valor agregado.
|
Depende
de terminais especializados.
|
Transporte oceânico.
|
Tempo
de trânsito longo
|
Frete de custo relativamente baixo.
|
Tabela 12, fonte:http://logisticaparatodos-com-b.webnode.com.br/
3.4 - Modal aeroviário
O modal aeroviário no Brasil
O transporte aéreo é
aquele realizado através de aeronaves e pode ser dividido em Nacional e Internacional.
O modal aéreo que é um
transporte adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes
ou com urgência de entrega. O transporte aéreo possui algumas vantagens sobre
os demais modais, pois é mais rápido, além de ser mais viável para remessas
como bagagem, peças de reposição, produtos eletrônicos, mercadoria perecível,
brindes, medicamentos, amostras, etc.
A navegação aérea, segundo
INFRAERO, navegar significa conduzir uma embarcação ou aeronave em
segurança, entre pontos determinados. É um processo complexo de orientação que
permite viajar longos percursos com o objetivo de alcançar um local específico
em segurança. Navegação aérea é a maneira de conduzir de um veículo voador –
balão, avião, dirigível ou outro artefato próprio para voar – com habilidade e
segurança por meio do espaço com a observação de pontos significativos que
sirvam como referência.
No Brasil, a atuação da
navegação área cobre uma extensa área recortada por aproximadamente, 77.000
milhas náuticas (142.604 km) de aerovias inferiores são verdadeiras
"avenidas invisíveis" situadas até a altitude de 24.500 pés inclusive
(7.468 metros) e 30.000 milhas náuticas (55.560 km) de aerovias superiores
(situadas a partir da altitude de 24.500 pés) apoiados por uma rede de
equipamentos e auxílios às operações de voo em rota, pousos e decolagens do
qual a Infraero faz parte por meio da Superintendência de Navegação Aérea. Conforme dados consultado site INFRAERO.
As desvantagens são valor
do frete mais elevado entre os outros modais, menor capacidade de carga e custo
elevado da sua infraestrutura (Taxa aeroportuária).
As principais vantagens e
desvantagens do uso do transporte aéreo no Brasil, são:
TRANSPORTE AÉREO
|
|
Vantagens
|
Desvantagens
|
Transporte de
grandes distâncias.
|
Limite de volume e peso.
|
Tempo de trânsito
muito curto.
|
Frete elevado.
|
Seguro de
transporte é muito baixo.
|
Depende de terminais de acesso.
|
Está próximo aos
centros urbanos.
|
Tabela 13, fonte: http://logisticaparatodos-com-b.webnode.com.br/
Para concluir, o uso do
transporte aéreo no Brasil, o seu uso deve ser para agilizar processos
logísticos relacionados a grandes distâncias e prazo muito curto de entrega,
como também alto valor agregado. Principalmente, entregas, nos grandes centros
urbanos. Devido ao seu custo elevado, o uso deve ser considerado neste tipo de
transporte com relação ao material ou urgência prioridade de entrega. A
tendência futura é a redução de custos devido maior oferta deste tipo de
serviço no Brasil.
3.5 - Modal dutoviário
Com relação ao modal
dutoviário, disponível e usado no Brasil, é importante considerarmos a Lei nº
10.233, de 5 de julho de 2001, que dispõe sobre a reestruturação dos
transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de
Políticas de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a
Agência Nacional de Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes, e dá outras providências, cita o transporte dutoviário nas
seguintes situações:
Art. 21º § 3o A ANTT articular-se-á com
entidades operadoras do transporte dutoviário, para resolução de interfaces
intermodais e organização de cadastro do sistema de dutovias do Brasil.
Art. 24º Cabe à ANTT, em
sua esfera de atuação, como atribuições gerais: XIII – promover levantamentos e
organizar cadastro relativo ao sistema de dutovias do Brasil e às empresas
proprietárias de equipamentos e instalações de transporte dutoviário;
Complementarmente consta
na Resolução nº 3000, de 28 de janeiro de 2009, que aprova o Regimento Interno
e a Estrutura Organizacional da ANTT:
73-B: À Superintendência
de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas compete, além de
outras atribuições relacionadas ao Transporte Rodoviário de Cargas
estabelecidas pela Diretoria:
- VIII: organizar e manter o cadastro de
dutovias e de empresas proprietárias de equipamentos e instalações de
transporte dutoviário, articulando junto a outros órgãos visando uma análise
sistêmica e multimodal do transporte dutoviário.
Para informação, o
transporte Dutoviário pode ser dividido em:
- Oleodutos, cujos produtos
transportados são, em sua grande maioria: petróleo, óleo combustível,
gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta, e outros.
- Minero dutos, cujos produtos
transportados são: Sal-gema, Minério de ferro e Concentrado Fosfático.
- Gasodutos, cujo produto
transportado é o gás natural.
A ANTT articula com as
entidades relacionadas à área, visando à criação de Cadastro Nacional de
Dutovias, eficiente e seguro, que sirva para orientar suas ações e projetos.
As principais vantagens e
desvantagens do uso dutoviário, são:
TRANSPORTE
DUTOVIÁRIO
|
|
Vantagens
|
Desvantagens
|
Transporte de grandes distâncias.
|
Acidentes ambientais de grandes proporções
|
Transporte de volumes granéis muito elevados.
|
Investimento inicial elevado.
|
Simplificação de carga e descarga.
|
Custo fixo elevado.
|
Menor possibilidade de perda e roubo.
|
Requer mais licenças ambientais.
|
Baixo consumo de energia.
|
|
Baixos custos operacionais.
|
|
Alta confiabilidade.
|
Tabela 14, fonte: http://logisticaparatodos-com-b.webnode.com.br/
3.6 - Modal Infoviário
A tecnologia da informação
criou um novo modal de transporte: o infoviário, onde trafegam quantidades
enormes de dados para facilitar e acelerar os processos de cargas e
comercializar produtos virtuais.
As infovias, ou estradas
eletrônicas, compõem a infraestrutura utilizada para a transmissão de dados e
informações em formato de texto, imagens e voz de um ponto a outro ou para
vários pontos.
Por meio dessa tecnologia,
uma empresa pode comunicar seus serviços a potenciais consumidores, assim como
os consumidores podem acessar os serviços de uma ou de várias organizações
empresariais.
Conforme Alexandre
Annenberg Netto, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, considera que:
“infovias são redes de
banda larga que utilizam modems digitais via linha telefônica ou via cabo, ou
ainda conexões wireless via rádio, celular, satélite ou quaisquer outras
modalidades que a Convergência Tecnológica ofereça”.
3.6.1 - As infovias no século XXI
O Século XXI reserva um
lugar de destaque para as infovias, assim como o Século XIX foi para as
ferrovias e o Século XX para as rodovias e aerovias. Nos Séculos XIX e XX
muitos investimentos foram feitos para que os Produtos pudessem chegar a outros mercados,
sobretudo, a partir da primeira Revolução Industrial (1780), com a estratégia
baseada na produção em larga escala. Seguramente, com as infovias não está e
nem será diferente.
A globalização e a
evolução tecnológica são direcionadores da economia e imprimem ao ambiente de
negócio uma dimensão global e um dinamismo cada vez mais desafiadores. Nesse
cenário, pensar em infovia significa considerar este modal de forma global, ou
seja, na integração interna e externa, pois o ambiente de negócio perpassa as
fronteiras geográficas dos países.
Construir e manter
atualizada a infraestrutura de infovias com suas plataformas eletrônicas – que
incluem telefone, televisão, Internet, servidores, bibliotecas multimídia e
salas de videoconferência – exige ações integradas que transcendem a capacidade
de poder público em reagir ou pro agir a essa demanda. Desta maneira, os
poderes públicos municipal, estadual e federal devem atuar como promotores de
políticas públicas e se integrar às empresas privadas dos mais diversos
segmentos, a fim de responder a essa procura, de acordo com as necessidades do
país.
O Governo Federal efetivou
medidas importantes relacionadas ao modal infoviário: o Programa Nacional de
Banda Larga (PNBL), criado pelo Decreto nº 7.175 de 12/05/2010, com o objetivo
fomentar a expansão da infraestrutura e os serviços de telecomunicações, foi um
passo gigantesco para desenvolver o modal infoviário brasileiro.
O PNBL irá massificar, até
2014, o acesso à internet com qualidade, dando condições para que 40 milhões de
domicílios brasileiros tenham banda larga a uma velocidade de mínima de um Megabits
per second (Mbps). Ao alcançar essa meta o ambiente de negócio do país será
beneficiado, possibilitando o acesso rápido e descomplicado a produtos e
serviços os mais diversos e, em consequência, promovendo o desenvolvimento
socioeconômico.
A Internet tem desafiado a
mentalidade empresarial tradicional, gerando mudanças organizacionais e
ampliando as fronteiras geográficas dos negócios (LUMPKIN e DESS, 2004).
A sua velocidade de
expansão é impressionante, tendo atingido 50 milhões de usuários em 5 anos,
enquanto outras tecnologias ou formas de comunicação levaram bem mais do que
isso: a TV a cabo levou 10 anos para atingir 50 milhões de usuários, o
computador levou 11 anos, o telefone, 16 anos, a televisão levou 18 anos e o
rádio, 38 anos (RAYPORT e JAWORSKI, 2001).
Na literatura do setor de
transportes e de logística, temos tradicionalmente quatro modais de transportes,
segundo Mendonça e Keedi (2000), os modais de transportes são divididos em:
- Modal Aquaviário (e suas divisões
em Marítimo, Fluvial e Lacustre);
- Modal Terrestre (e suas divisões
em Rodoviário e Ferroviário);
- Modal Aéreo;
- Modal Duto viário.
No modal Virtual é todo
sistema de entrega de um produto não físico, entregue ao cliente ou consumidor
via Internet ou por transmissão eletrônica de dados.
Segundo Fernandes (2007),
a tecnologia da informação criou um novo modal de transporte, o infoviário. Na
infovia, trafegam quantidades enormes de dados para facilitar e agilizar os
processos no transporte de cargas. Um exemplo é o Conhecimento de Transporte Eletrônico,
que pode até ser impresso dentro da boléia do caminhão, em uma impressora térmica.
Para Tapajós (2007) a
tecnologia da informação é fundamental para entender as complicadas cadeias de
suprimento e de distribuição física.
Os operadores logísticos
não são meras transportadoras. Operam toda a inteligência da rede logística, da
origem ao destino final. É nesse contexto que se estabelece o chamado
"transporte infoviário", com a internet como a grande via, onde se
"navega" transportando informação, utilizando como veículos as soluções
web em TI, aliadas às novas Tecnologias em telemática.
Carballo (2006), nos
remete à percepção de uma nova modalidade de transporte, ou seja, o vai e vem
das informações que rodeiam as cadeias produtivas, os trâmites alfandegários, a
otimização dos espaços e uma série de outras aplicações pertinentes a todos os
demais modais. “Com a Internet como a grande via, onde se navega transportando
informação, utilizando como veículos as soluções web em TI, aliadas às novas
tecnologias em telecomunicações, temos o modal infoviário”, defende Carballo.
Para Taylor (2005), no
caso de produtos que consistem basicamente de informações, também é possível
transferir o fluxo de suprimentos para a Internet, formando uma cadeia de
suprimentos totalmente eletrônica. Jornais, livros projetos gráficos, fotos,
software, músicas e outros produtos de informação podem ser agrupados como
dados puros e entregues quase que instantaneamente para qualquer lugar do
mundo. Ainda segundo o autor, a distribuição não só é mais rápida e barata como
promete mudar a própria definição do que significa entregar um produto.
Alguns produtos atendidos
pelo Modal Virtual como música em formato MP3, livros eletrônicos ou e-books,
filmes em Pay Per View (PPV), serviços em EAD (Educação à Distância) e
softwares construídos sob encomenda.
3.6.2 A estrutura modal infoviário no Brasil
O Anel Ótico Sul-Americano
tem como resultados imediatos fomentar o desenvolvimento econômico e a
integração cultural dos países da Unasul. Com ele o percurso da informação será
mais rápido, com menor custo e mais seguro, pois as distâncias serão menores
porque o tráfego ocorrerá dentro do Continente Sul-Americano, não havendo
necessidade de, primeiro, chegar aos Estados Unidos e só, depois, retornar ao
continente, o que acontecia nos modelos mais antigos.
Outro benefício esperado
pela instalação do Anel Ótico é a possibilidade de o país se tornar um polo de
conteúdos digitais de excelência. Para que isso ocorra é preciso que essa
infovia seja implantada, integrando-a também com a Europa, América do Norte,
Ásia e África.
A instalação de infovias
no Brasil, aos poucos as empresas brasileiras vão dominando a tecnologia,
seguem proposições para a melhoria da malha infoviária brasileira:
- PROPOSIÇÃO
1: Instalar
Fibra Óptica de Manaus a Porto Velho usando o gasoduto Urucú (AM)/Porto Velho.
Dimensão 522 km
- PROPOSIÇÃO
2: Instalar
Fibra Óptica de Cuiabá a Santarém usando a Ferrovia EF-170 (Cuiabá/Santarém)
- PROPOSIÇÃO
3: Instalar Fibra
Óptica entre Manaus e Boa Vista usando a BR-174
- PROPOSIÇÃO
4: Instalar
Fibra Óptica de Tucuruí (PA) até Manaus usando o Linhão de Tucuruí da Eletrobrás
- PROPOSIÇÃO
5: Instalar
fibra óptica entre Manaus (AM) e Porto Velho (RO) utilizando o gasoduto Coari
(AM) Porto Velho (RO) sugerido no modal duto viário.
4 - Investimentos em infraestrutura logística no Brasil
Segundo estudo, o Brasil
precisa investir R$ 1,09 trilhão em infraestrutura logística. A conclusão é de
um estudo do núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP assinado pelos
professores Claudio Tavares de Alencar e João da Rocha Lima Júnior com o
mestrando Flávio Abdalla Lage e apresentado no final da semana passada na 14ª
Conferência Internacional da LARES (Latin American Real Estate Society), assim
distribuído:
Investimentos necessário em transporte
|
|
Transporte
|
Investimento necessário (em R$)
|
Rodoviário
|
607 bilhões
|
Ferroviário
|
364 bilhões
|
Hidroviário/Marítimo
|
85,5 bilhões
|
Aéreo
|
33,3 bilhões
|
Total
|
1,09 trilhão
|
Tabela 15, fonte: Exame
O PNLT foi desenvolvido
pelo Ministério dos Transportes – MT, em cooperação com o Ministério da Defesa
– MD. O objetivo é formalizar e perenizar instrumentos de análise, sob a ótica
da logística, para dar suporte ao planejamento de intervenções públicas e
privadas na infraestrutura e na organização dos transportes, de modo a que o
setor possa contribuir efetivamente para a consecução das metas econômicas,
sociais e ecológicas do País, em horizontes de médio em longo prazo,
objetivando o desenvolvimento sustentado.
Trata-se, essencialmente,
de plano indicativo, em processo de reavaliação periódica, que permitirá
visualizar o necessário desenvolvimento do setor de transportes, de acordo com
as demandas futuras, resultantes da evolução da economia nacional e sua
inserção no mundo globalizado.
Conforme o PNLT (Plano
Nacional de Logística e Transportes, apresentado em abril/2012), com relação à
política de transportes, a meta do Ministério dos Transportes de modificar a
Matriz de Transportes nas próximas duas décadas atingirá esse objetivos, sendo:
- Dar prioridade aos investimentos
em transportes ferroviário e hidroviário, produz benefícios econômicos
resultantes de menores custos de operação e frete por tku (tonelada
quilômetro útil) dessas modalidades, em relação ao transporte rodoviário;
- Resulta também em menor emissão
de gases poluentes na atmosfera, oferecendo melhor qualidade ambiental do
ar e menor impacto no aquecimento global;
- A rede hidroviária disponível no
Pais, oferece a oportunidade de estruturar o seu sistema básico de
transportes com maior eficiência energética, menor consumo de combustível
derivado de petróleo e menor poluição atmosférica;
5 - CONCLUSÃO:
O transporte rodoviário de
cargas no Brasil, onde ainda é o principal modal de transportes, mas carece de
investimentos e melhorias nas rodovias estaduais e federais. Pois o Brasil
possue 1,7 milhão de quilômetros de estradas municipais, estaduais e federais,
mas a malha rodoviária nacional somente 12,9% (221.820 quilômetros) são
pavimentadas, enquanto a malha rodoviária não pavimentada o percentual é de 79,5%
(1.363,740 quilômetros).
Os investimentos previstos
no PNL e PAC em andamento no Brasil, podem melhorar muito a infraestrutura
rodoviária, pois tem obras em andamento de norte a sul em rodovias federais
como duplicação de rodovias e melhorias, como também as privatizações
(concessões federais e estaduais). Mas o principal problema é nos municípios
onde a maior parte das estradas não são pavimentadas e a falta de recursos dos
municípios não mudará esta realizada no curto e médio prazo, principalmente nos
municípios do interior do Brasil e mais pobres.
Os investimentos em outros
modais nos próximos 10 anos mudarão significativamente a participação do modal
rodoviário no Brasil, pois conforme dados do Ministério dos Transportes por
modais, conforme histórico desde 1996-2005, a tendência para 2025 a
distribuição em % por modal será a seguinte: Ferroviário 35%, Rodoviário 30%,
Hidroviário 29%, Dutoviário 5% e Aéreo 1%.
A competição no mercado,
entre os três principais modais: ferroviário, rodoviário e hidroviário será
forte, os custos tendem a reduzir (vai depender das fontes de energia e os
custos dos mesmos) para os usuários destes modais devido a forte competição no
mercado. As empresas de transporte rodoviário terão que adaptar seus
investimentos e estratégias para poderem competir com estes modais, sendo
competitivo em custos, mantendo qualidade e serviços, flexibilidade e prazos de entregas diferenciados para cada
cliente.
Mas, porém, as empresas
podem realizar parcerias com os modais ferroviário e hidroviário, um
complementando o outro nos seus pontos fracos, pois as mercadorias tem que
chegar até o trem e até aos barcos e navios, pois estes dois modais tem
limitações físicas pois precisam de trilhos(Trens) e canais navegáveis(rios). A
tendência é o uso do transporte rodoviário para curta distância e nos grandes
centros urbanos, enquanto o ferroviário e hidroviário nas longas distâncias,
principalmente no transporte de minérios e produtos agrícolas.
Referencia bibliográfica:
ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviário http://www.antaq.gov.br/Portal/Portos_PrincipaisPortos.asp
ANTF Associação Nacional dos
Transportadores Ferroviários http://www.antf.org.br/
ANTT: Pesquisa site ANTT, acessado em 21/12/2014 http://appweb2.antt.gov.br/rntrc_numeros/rntrc_emnumeros.asp
CIA Central Intelligence Agency, Pesquisa CIA, acessado em 18/01/2015: https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/us.htmlCFA Conselho Federal de Administração http://www.cfa.org.br/servicos/publicacoes/planobrasil_web1.pdf
EXAME: http://exame.abril.com.br/economia/noticias/r-1-tri-e-quanto-requer-nossa-infraestrutura-de-transporte
INFRAERO: http://www.infraero.gov.br/
LOGISTICA PARA TODOS: http://logisticaparatodos-com-b.webnode.com.br/
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES: Pesquisa site ministério dos transportes, acessado em 21/12/2014 http://www2.transportes.gov.br/bit/04-hidro/rios-reg.html
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES: Pesquisa
site Ministério dos Transportes, acessado em 22/12/2014, http://www.transportes.gov.br/
Cláudio Farias - Administrador de Empresas e MBA Negócios Internacionais pela UNISINOS e MBA Logística Empresarial pela FARGS. Profissional com 24 anos de experiência em negociações, gestão de equipe, desenvolvimento de fornecedores de embalagens e matéria-prima, novos produtos e importação. Implantação de projetos e norma ISO 9000, ERP/SAP no módulo MM e WM. Carreira em empresas como: Indústria de Calçados Flama, Zivi/Hercules, CEF, Seven Boys, Hertz Administração e Kley Hertz, Carvalhaes.
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