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Ações para melhorar a gestão da cadeia de fornecimento da sua empresa
Se você está em busca
de melhorias na gestão da cadeia de fornecimento da sua empresa, as dicas a
seguir podem te ajudar muito, pois são mais do que dicas, são ações necessárias
para melhorar ou organizar sua cadeia de fornecimento.
Seguem as ações para
melhorar a gestão da cadeia de suprimentos:
1
– Procurar um sistema ERP para integrar e melhorar seus processos de S&OP e
compras
Muitas empresas ainda planejam suas compras usando
planilhas do Excel. Isso torna o processo mais lento e complexo, dando mais
trabalho aos profissionais que precisam organizar e relacionar as várias
planilhas de tempos em tempos, estando sujeito a erros ou perdas de informações. Os sistemas de gestão empresarial (Enterprise Resources Planning, ou ERP) já alcançaram um expressivo grau de maturidade e estabilidade. No entanto, julgamos que ainda existe muito a ser desenvolvido nas categorias de soluções de Supply Chain Management (SCM), como pode ser observado, por exemplo, nos sistemas de Business Inteligence (BI) e modelos de Balanced Scorecard (BSC), nos Advanced Planning Systems (APS) e Service & Inventory Optimization (SIO), Supply Chain Execution (SCE), Warehouse Management Systems (WMS), Transportation Management Systems (TMS) e nos conduites de Vendor Management Inventory (VMI) e Colaborative Planning and Forecasting Replishment (CPFR). É importante investir em um sistema ERP que atenda as
necessidades e processos de compras, minimizando o uso de planilhas e controles
paralelos. Confiança e rastreabilidade, como também velocidade nos processos
desde S&OP, Planejamento necessidade de materiais e recursos (MRP e MRP II),
criação das Requisições de compras planejadas ou não planejadas e transformação
em pedidos de compras e envio para o fornecedor. Isto é possível devido aos
ERPs possuírem ferramentas que auxiliam na automatização dos processos através
de customizações ou parametrizações.
2 – Desenvolver parceiros inovadores e que agreguem
valor ao seu negócio
Gestores de cadeia de abastecimento devem buscar e
definir quais dos seus fornecedores possuem capacidades para ajudar a produzir
inovações em produtos e serviços ou no próprio fluxo de trabalho da equipe de
compras. Os fornecedores são os que mais entendem do produto que estão vendendo
e da sua aplicação ou uso, seja insumos, embalagens ou máquinas e equipamentos.
Procure usar o conhecimento destes parceiros quando estiver desenvolvendo um
novo produto ou mudando processo ou comprando um equipamento. Além da inovação,
devem agregar valor ao negócio e crescer juntos, pois o que interessa no final
de tudo é vender e aumentar a rentabilidade do negócio.
3 – Segmentar sua base de fornecedores
Para identificar os parceiros certos, a segmentação de
fornecedores deve tornar-se uma habilidade organizacional. Procure classificar
os perfis dos fornecedores e avaliar a importância de cada um deles para
empresa e para o produto/negócio. Identifique quem são os fornecedores
estratégicos, fornecedores exclusivos ou que sua organização depende do mesmo.
Identifique através da MPEM os materiais e classifique em: Componentes estratégicos,
Componentes Competitivos, Componentes não críticos e componentes de riscos. Avalie,
analise e compartilhe com sua equipe e colegas. Para entendimento do que é
MPEM, ler artigo Matriz de Posicionamento Estratégico de Materiais: Conceito,
Método e Estudo de Caso. Marcelo Klippel da KLIPPEL Consultores Associados e
PRODUTTARE Consultores Associados.
4 – Utilizar Ferramentas de gestão de compras
Como citado anteriormente, existem muitas opções de
softwares para gestão da cadeia de suprimentos no mercado. Pesquise a solução
que melhor atenda as necessidades do seu segmento de atuação, bem como aquela
que irá facilitar os processos para sua equipe e para a articulação com os
demais departamentos da empresa. Além do ERP que pode resolver e solucionar muitos problemas, tem outras técnicas e ferramentas que podem melhorar a gestão e ter resultados
como: 5 porquês? (5 WHYs), Abordagem 8D (The 8D Aproach), Análise de Paretto ou curva ABC, Análise
de riscos, Análise de SWOT (SWOT Analysis), Avaliação de risco cadeia de
fornecedores (Supplier chain risk assessment), Balanced scorecard, Benchmarking,
Brainstorming (Solução de problemas), COMPROR (É um limite de
crédito para o financiamento de bens e serviços adquiridos pela sua empresa.
Por meio desse limite você efetua suas compras, negociando as melhores
condições de preço. O seu fornecedor recebe à vista, e você ainda escolhe o
prazo mais adequado para efetuar o pagamento ao Banco), Compra em
consignação ou fornecimento em consignação, Compras
compartilhadas (compra em grupo de pessoas ou empresas), Custo ABC (Custo baseado em atividades), Estoque em consignação, Ferramenta de
melhoria de processos / DMAIC A Process improvement tool, Fluxogramas (Flow charts), FMEA – Failure Mode
and Effects Analysis, Gráfico de Gantt (Gantt Charts), JIT, Qualidade Assegurada, Mapeamento de
processos com base no tempo / time-based process mapping, Matrix de Kraljic, Mitigação
de riscos cadeia de fornecedores e plano de Contigência (Supply chain risk
mitigation and contingency planning), Modelo de maturidade (Maturity models), Mapeamento
e redesenho ou Melhoria dos processos: Adoção das melhores práticas de gestão,
condizentes a melhorias no desempenho, MPEM
– Matriz do Posicionamento Estratégico de Materiais, Outsourcing, PDCA (Plan, DO, Check, Action), Planejamento
colaborativo, Plano de Ação, Postponement, Previsão da demanda, Previsão e
reabastecimento (collaborative, planning, forecasting and replenishment), Qualidade Assegurada (fornecimento
com qualidade assegurada), KANBAN, KPIs, Reengenharia dos
processos do negócio: Descrição do estado atual dos processos e definição
do estado futuro desejado, Relacionamento com fornecedores (Supplier Relationships), ROI - Calcular o
retorno do investimento / e o Pay back do período, S&OP – Sales and
Operations Planning, SCOR-Supply Chain Operation Reference Model, Supply chain financial ratios and metrics (índices
financeiros da cadeia de suprimentos e métricas), Should cost (uma ponderosa
ferramenta para abordar seus fornecedores, Basicamente qual o conceito de
Should Cost: O custo mais competitivo que um processo pode oferecer para
uma determinada região), Target Costing (custo desejado pelo comprador), Terceirização sustentável, TCO - Total Cost Oportunity, VENDOR (Vendor
é uma forma de financiamento de vendas na qual o vendedor recebe à vista do
banco o valor da venda e o comprador paga ao banco a prazo), VMI - Vendor Management Inventory ou estoque gerenciado pelo fornecedor.
5 – Estabelecer indicadores da cadeia de suprimentos
Métricas são importantes para avaliar a eficiência da
sua equipe de compras. Elas devem estar atreladas ao plano estratégico da
empresa. Isso vai te auxiliar a obter informações oportunas que ajudam a reagir
a ameaças e otimizar as oportunidades. Comece com métricas que possam ser
aferidas, interna e externamente, como custos por categoria de materiais ou
serviços, prazo de pagamento (aumento do prazo médio), Atendimento pedido fornecedor
(prazo, quantidade e valores conforme) retorno sobre o capital de giro, redução
de custos, desenvolvimento de fornecedores, por exemplo.
6 – Gerenciar as informações do sistema de compras
Os softwares da
empresa devem facilitar a coleta adequada dos dados, sua identificação, além de
facilitar as decisões rápidas. Colete as informações mais relevantes e alinhe
com os objetivos de negócios. Em seguida, garanta que elas sejam facilmente
acessíveis às equipes responsáveis. Transforme dados em informações, informações
em estratégias e plano de ação. Informação sem ação e sem gestão não tem valor.
7 – Envolver seus funcionários nos processos e
atividades
Mostrar aos colaboradores da sua equipe como as
atividades que elas exercem influenciam toda a cadeia de suprimentos.
Estabeleça metas e crie processos onde possam trabalhar em equipe, estimulando
a colaboração e a criatividade na solução de problemas e a melhorar resultados.
Use técnicas como: reunião periódica com equipe, brainstorming, plano de ação,
mesa de negociação, etc. O brainstorming (literalmente: "tempestade
cerebral" em inglês) ou tempestade de ideias, mais que uma técnica de
dinâmica de grupo, é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade
criativa de um indivíduo ou de um grupo (criatividade em equipe), colocando-a a
serviço de objetivos pré-determinados.
8 – Integrar vendas, operações, suprimentos e finanças.
Alinhar e integrar os diversos setores/áreas da
empresa, a previsão de vendas do planejamento estratégico da empresa a etapas
como o planejamento de produção e operações e as finanças, com custos
orçamentários, investimentos e fluxo de caixa em único plano de ações. Vendas e
Planejamento de Operações oferecem o melhor equilíbrio entre a demanda dos
clientes internos, capacidade de produção e desempenho financeiro da empresa.
Faça este exercício: Manter, corrigir e avaliar resultados, previsto x
realizado e ações para ajustar nas operações de produção e compras e finanças
as mudanças do planejamento. Usar o S&OP, que é uma excelente ferramenta
para planejamento das operações e vendas.
9 – Usar um ERP software para a cadeia de
abastecimento
Use um sistema integrado ERP, caso não tenha um ERP,
será necessário investimento maior, mas antes faça o mapeamento e redesenho do
processo (Contrate uma consultoria especializada). Otimizando esse processo,
você garante mais produtividade e enfrenta menos problemas de integração das
informações e gestão dos processos de compras e agilidade. Centralize as
compras estratégicas e de maior volume financeiro e descentralize as compras
não estratégicas para os departamentos ou para filiais (Caso empresa tenha).
10 – Avaliar o desempenho dos seus fornecedores
Avaliar o desempenho dos seus fornecedores, principalmente
dos que tem impacto na qualidade, processos produtivos e no cliente, a falha de
um fornecedor chave pode ser prejudicial e causar impacto negativo na receita
da sua empresa. Por isso, avalie constantemente o desempenho das empresas que
fornecem suas matérias-primas, produtos ou serviços. Mais do que avaliar,
compartilhe o desempenho com o fornecedor. Caso necessário, faça um plano de ação
com fornecedor para melhorar sua qualidade, reduzir custos, etc. Crie cultura
de relação diamante: onde as áreas principais do fornecedor e do cliente tenham
contato e discutam e entenda a necessidade de cada um, saia da tradicional
relação de vendedor x comprador. Invista no relacionamento diamante.
11 – Manter uma ótima acuracidade dos estoques e implementar
novas tecnologias
Não adianta planejar operações (S&OP) se a
acuracidade dos estoques é abaixo de 98%. Faça uma análise dos motivos / causas
da baixa acuracidade e faça um plano de ação detalhando responsáveis, prazos e
custos. Invista em tecnologia para melhorar a eficiência e minimizar custos e
imprecisões, tire proveito de tecnologias como RFID (Radio Frequency Identification) ou no bom português: Identificação
por Rádio Frequência. Use tecnologia de comando de voz, mobilidade, sistemas de
automação de armazéns e sistemas de gestão de armazém. Mais do que isto,
planejar seu depósito, invista em verticalização e na localização dos estoques,
crie uma rotina de inventário semanal, mensal e anual. Ajuste seus estoques,
mas avalie as causas.
12 – Analisar as informações e atender as necessidades
dos clientes
Analisar e entender as necessidades dos clientes
internos e externos, pois sem entender como funciona a cadeia de abastecimento
sua e dos seus clientes fica difícil satisfazer as necessidades. Pois a cadeia
de suprimentos não começa no armazém e termina quando os produtos foram
entregues para aos clientes. Pois isto não é verdade, mas é algo sintomático da
mentalidade de profissionais da cadeia de distribuição. Pois, mais importante
do que garantir que os produtos são estocados nas prateleiras é que esses
produtos sejam desejáveis aos clientes. Então, não se esqueça de analisar, acompanhar,
avaliar e entregar o que seus clientes realmente querem (Produto certo, custo
certo, qualidade certa, local certo) e quais produtos eles necessitam com mais
frequência e alinhar no seu planejamento de vendas e operações. Assim, não
gerando estoques desnecessários ou falto de produtos.
13 – Centralizar os principais gastos da empresa com
os profissionais da cadeia de suprimentos
Avalie outros gastos que a empresa faz que não seja da
competência dos profissionais de compras negociarem, como gastos marketing com
brindes, impressos, etc. procure maximizar a rentabilidade da sua empresa.
Gastos com consultoria, serviços, compras de materiais que fazem parte da curva
B da empresa em termos de valores financeiros. Ao fazer isso, a empresa pode
identificar despesas e avaliar melhor quais devem ser evitadas ou reduzidas, pois
os custos da cadeia de suprimentos, capacidades, necessidades de serviço,
fluxos de caixa e as metas de lucros elencadas no planejamento com envolvimento
dos profissionais de compras trará ótimos resultados. Crie comitê de compras
para estas despesas, no comitê podem participar profissionais de compras,
pessoal do marketing, SESMET, produção, financeiro, qualidade, em fim envolver
os profissionais que tenham impacto na compra, não só visão de preço, mas sim
de quem usa o serviço/material.
14 – Contratar as pessoas certas para gestão da cadeia
de suprimentos
Além dos softwares tem o peopleware, invista em
pessoas: contrate, avalie, desenvolva, treine em ferramentas e conhecimento,
como por exemplo: TCO Total Cost Oportunity, MPEM, Negociação, should cost, análise
ABC fornecedor e materiais, VMI, Vendor, Compror, etc.
Inclua no seu orçamento a contratação de profissional
de compras adequado ao planejamento estratégico da empresa e com valores. Mas o
mais importante é contratar profissional integro para está função. Busque este
profissional com perfil adequado ao seu negócio, mas não abra mão da
integridade, pois se não tiver está qualidade poderá perder muito dinheiro seja
por mau negócios ou por práticas desonestas. Este é um investimento que muitas
empresas adiam ou não fazem por não entender bem da importância de selecionar e
valorizar este profissional. Não se esqueça de remunerar bem.
15 – Contratar consultoria especializada para melhorar
a cadeia de suprimentos
Inclua no seu orçamento anual uma verba para a
contratação de um profissional ou empresa de consultoria em gestão da cadeia de
suprimentos (compras), pois isto trará um aprendizado e melhorias nos seus
processos e possivelmente redução de tempo e custos. Estes profissionais ou
consultorias trazem melhores práticas de gestão e negociação. Podem trazer
ótimos resultados a curto, médio e longo prazo, dependendo do estágio e nível dos
profissionais da sua cadeia de suprimentos. Uma avaliação externa e neutra da
situação atual, dos processos e da gestão da cadeia de suprimentos será no mínimo
uma certificação, caso esteja alinhada e com ótimos profissionais. Caso não, será uma ótima oportunidade para implementar melhores práticas e melhorar
processos de negociação e compras.
Conclusão:
Comece 2015 pensando na sua cadeia de suprimentos, pois seus concorrentes estão fazendo a lição de casa. Pensar, planejar e executar ações para melhorar sua cadeia, não esqueça das pessoas, pois elas é que podem fazer a diferença, caso tenha dificuldade contrate profissionais especializado ou consultores experientes para avaliar e melhorar sua cadeia de suprimentos, melhores práticas e resultados a curto, médio e longo prazo.
Cláudio Farias - Administrador de Empresas e MBA Negócios Internacionais pela UNISINOS e MBA Logística Empresarial pela FARGS. Profissional com 24 anos de experiência em negociações, gestão de equipe, desenvolvimento de fornecedores de embalagens e matéria-prima, novos produtos e importação. Implantação de projetos e norma ISO 9000, ERP/SAP no módulo MM e WM. Carreira em empresas como: Indústria de Calçados Flama, Zivi/Hercules, CEF, Seven Boys, Hertz Administração e Kley Hertz, Carvalhaes.
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